domingo, 18 de junho de 2017

Anjos não têm nome!

Todo sábado levanto cedo, tomo um banho e vou para a casa da minha filha mais nova, Gisele, para tomarmos o café da manhã juntos. Em seguida, lá pelas dez e meia a Carla, minha segunda filha, me busca para almoçarmos e passearmos. Mas na semana passada um imprevisto da natureza impediu-me de realizar estas tarefas tão simples e prazerosas ao lado das minhas meninas. Uma tempestade caiu inesperadamente e tive que me esconder numa marquise numa praça do bairro. Sem celular, não tive como avisar às minhas filhas o que acontecia e o tempo foi passando, até que fui chamado por uma mulher, que me viu ali, ensopado, do alto de uma varanda. Muito educada, me convidou para me esconder da chuva em sua casa e aceitei o convite. Não sou de incomodar e fiquei do lado de dentro do portão, mas ela me chamou para entrar e me ofereceu um café com biscoitos de queijo que foram os mais deliciosos que já comi na vida. Enquanto lanchávamos, conversamos muito e descobrimos muitas coincidências, como o fato de seu pai também ser marceneiro e ela ser professora, como a minha filha, Carla. 
Assim que a chuva passou, fui embora e resolvi voltar para a minha casa, onde tomaria um banho quente e assistiria TV até a noite. No ônibus, eu agradeci a Deus por ter colocado aquele anjo em minha vida e fiquei filosofando sobre solidariedade e gratidão. No dia seguinte, contei às minhas filhas o porquê de eu não ter me encontrado com elas, que curiosas, quiseram conhecer a mulher que me abrigou naquele dia. Voltamos ao local em que me escondi da chuva, procuramos o endereço daquela senhora mas, não encontramos. Talvez ela não exista - pensei - e se trata mesmo de um anjo que foi enviado dos céus para me ajudar. Até agora estou impressionado com tanta caridade.
Eu sempre acreditei na bondade das pessoas porque fui criado num ambiente em que a ajuda ao próximo significa uma colaboração à nós mesmos, pois nunca saberemos quando vamos precisar dos outros. Naquele sábado eu precisa de alguém mas jamais poderia imaginar que um ato tão generoso pudesse vir de um estranho. Aquela mulher representa toda a bondade humana que um ser pode ofertar e por isso tenho ainda mais motivos para acreditar em Deus. Eu poderia ter pego uma pneumonia, ou voltado para casa faminto, não fosse aquele gesto tão maravilhoso. Ser solidário é isso: ajudar sem pedir nada em troca.Que grande atitude, que exemplo. Quanto agradecimento eu tenho por aquela senhora e à Deus, por tê-la colocado na minha vida naquele dia! E que Ele lhe pague, em dobro, todo o gesto de compaixão comigo. Como não sei o seu nome, rezo todas as noites para aquela senhora, a quem chamo de Anjo!


Paulo José.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Sou um apaixonado por leitura e me divirto escrevendo. Deixe seu comentário ou sugestões. Abraços, Paulo.