A
comunicação mudou muito nos últimos anos, com a popularização da
internet e a invenção do celular. As pessoas não mais conversam, ficam o
tempo todo conectadas, enviando e recendo vídeos e mensagens e é comum
vê-las reunidas, em círculos, cada qual com seu aparelho, alheias ao que
se passa em volta. O fenômeno tomou conta de todas as idades, desde os
idosos até as crianças. E eu tenho que confessar que tentei resistir,
até ganhar de presente um celular, que passou a ser a minha distração
enquanto ando de ônibus. É uma delícia assistir clips antigos ou rever
novelas do meu tempo num simples toque no Youtube. Essa belezura de aparelho ocupa hoje o meu tempo, que antes era gasto com a leitura de livros e jornais.
Emoticons: tempos modernos do hieróglifo |
Quando
eu era criança minha casa viva aberta para o recebimento de vizinhos ou
visitas inesperadas para um café da tarde ou uma prosa desembestada.
Mas, aos pequenos o assunto não era permitido e amedrontados, ficávamos
de fora das conversas de gente grande. E ao menor sinal de
desobediência, a "surra comia solta". Naquela época, os pais não se
importavam de bater nos filhos com o que encontrassem pelo caminho,
embora preferissem dar uma boa chinelada ou coça de marmelo. Hoje, além
da falta de diálogo, o que mais me indigna é a falta de comando dos pais
em relação aos filhos. São os rebentos que comandam a casa, mandam e
desmandam em seus desejos. Donas-de-si, elas assistem a tudo e
intrometem na conversa dos adultos, com muita propriedade.
A
tecnologia é uma evolução, mas ao que parece, também está nos levando
aos métodos de comunicação dos mais antigos. Depois da criação do
alfabeto, que substituiu o hieróglifo (desenhos que representavam a
fala), o homem está retrocedendo. Nos celulares, os emoticons são
exatamente isso, com as carinhos que representam tristeza, raiva,
alegria, amor, enquanto outros símbolos dizem em desenhos, o que
desejamos quando estamos animados ou com preguiça de conversar. Assim,
basta um tinindo que o interlocutor entende que a mensagem foi
compreendida. Não sei onde isso vai parar, só sei que as conversas de
antigamente, regadas a chá, café, quitantas e queijo Minas estão cada
vez mais escassas. Uma pena. Mas, me desculpem, a tendência é piorar